quarta-feira, 11 de junho de 2014

DIA 08 DE JUNHO DE 2014 (FESTA DE PENTECOSTES)

Aconteceu na paróquia Divino Espírito Santo de Nova Brasilândia D Oeste, a Festa do Divino Espírito santo, que também culminou a II Festa do Tambaqui em pro do Seminário Maior João Paulo II de Ji-Paraná-RO. Teve inicio às 09 horas com a Santa Missa, presidida pelo Pároco Pe. Janilson Alves de Oliveira e concelebrada pelo vigário paroquial, Padre Jaime Francisco da Silva e toda comunidade presente. Logo após foi servido o almoço.  O tambaqui era frito e servido inteiro. A festa durou por todo resto do dia e que foi muito proveitosa. Estava presentes a maioria das comunidades da nossa paróquia. Agradecemos a todos os que colaboram para que a mesma acontecesse.
































terça-feira, 11 de março de 2014

Terra Santa: oração pedindo chuva


Jerusalém (RV) - O Conselho presbiteral de Jerusalém propôs organizar uma Novena de orações de 10 a 19 de março – dia em que a Igreja católica celebra São José – para implorar a chuva na região. A informação é do Patriarcado latino de Jerusalém, que difundiu também a oração especial a ser repetida na intenção proposta no final das missas cotidianas e depois do terço. Também os jejuns quaresmais – lê-se no breve comunicado de convocação da Novena – são oferecidos pela mesma intenção.
“Senhor – diz a oração – Tu que fizeste de São José um fiel protetor da Sagrada Família e defensor de sua vida cotidiana, agora que estamos nos preparando para sua festa, faz que sejam concedidas, por tua intercessão, as coisas necessárias, de modo especial, a bênção da chuva, de que nós temos urgente necessidade depois de um período tão longo de seca”.
No final do último mês de novembro, o Patriarca de Jerusalém dos Latinos, Dom Fouad Twal, escreveu uma carta convidando todos os fiéis a “rezarem para que Deus nos abençoe, tenha piedade de nós e proveja às nossas necessidades – em especial a água – e liberte a nossa terra do mal da seca”.
No início de fevereiro, também centenas de muçulmanos jordanianos se reuniram na Al Hussein Youth City de Amã para rezar juntos a “Istiqaa”, a oração especial utilizada pelo Profeta Maomé para pedir o fim da seca. (SP)

Fonte: News.va

Exercícios Espirituais para o Papa e Cúria: A fé é encontro com Deus


Ariccia (RV) - O Papa Francisco encontra-se em Ariccia, cidade localizada nos Castelos Romanos, desde à tarde do último domingo, para os Exercícios Espirituais junto com a Cúria Romana.
Os Exercícios Espirituais têm como tema "A purificação do coração", se realizam na Casa Divin Maestro dos religiosos Paulinos e estão sendo pregados pelo Pe. Angelo De Donatis, pároco da Igreja romana de São Marcos Evangelista.
Francisco partiu do Vaticano de ônibus, às 16h locais, de domingo, e chegou a Ariccia antes das 17h. O Papa junto com os membros da Cúria Romana participaram da meditação inicial que começou às 18h locais, e a seguir, da adoração eucarística.
Em sua reflexão, Pe. Donatis falou sobre os comportamentos interiores com os quais se entra nos Exercícios Espirituais, recordando "a necessidade de estar aberto à escuta do Espírito Santo a fim de se preparar para viver uma relação espiritual profunda e pessoal com Deus, para ver toda a realidade e reconhecer o lugar que nela nós ocupamos na perspectiva da luz que vem do Pai".
No final, acolhendo o convite de Pe. Donatis a viver a experiência dos exercícios em espírito quase monástico, os presentes deixaram a capela em silêncio.
Na meditação realizada na manhã desta segunda-feira, após a celebração eucarística, o pregador destacou a passagem evangélica da tempestade acalmada enfatizando como o mundo, ao invés de reconhecer a presença e a obra de Deus, se assusta, pois tem de Deus uma imagem assustadora, a mesma que tinham os discípulos que diante da tempestade não tiveram fé e foram tomados pelo medo.
"Isso acontece quando Cristo não habita em nosso coração, mas quando o nosso coração é habitado por uma religião estéril, a religião de um Deus terrível, horrível, que não tem misericórdia", disse Pe. Donatis.
"Da fé passamos a uma religião onde convivem a afirmação dos fariseus, segundo a qual nos levantamos sozinhos do pecado, e a prática da ascese e estoicismo: é preciso fazer isso, então vou fazer. Mas o Senhor vem através de outros caminhos e nos faz entender que os dois comportamentos não são o caminho certo. Por isso, é necessário purificar o nosso ânimo das falsas imagens de Deus, a fim de iniciar um verdadeiro caminho de vida autêntica", concluiu Pe. Donatis. (MJ)

Fonte: News.va

Coragem, Papa Francisco, coragem!

São Paulo (RV) - Completa-se o primeiro ano de Pontificado do papa Francisco. A fumaça branca da Capela Sistina, na noite chuvosa e fria de 13 de março de 2013, preparou a multidão ansiosa da praça de São Pedro uma bela surpresa: o novo Bispo de Roma e Sucessor do apóstolo Pedro, colocado no centro da Igreja Católica, era um cardeal que vinha “quase do fim do mundo”! Jorge Mário Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, que escolheu para si o nome de Francisco.
Passados os primeiros momentos de encantamento, o papa Francisco começou logo a mostrar seu estilo, seu jeito latino-americano, seu desejo de servir a Igreja Católica e a humanidade de corpo e alma. Tantos detalhes chamaram a atenção, como a moradia na Casa Santa Marta, em vez do palácio apostólico; a dispensa de muitos protocolos; seu jeito de pastor de almas; a forma direta e simples de falar...
Mas tudo isso, embora significativo, ainda não diz tudo sobre a novidade do primeiro papa não europeu, depois de muitos séculos, primeiro latino-americano, primeiro papa jesuíta, com jeito de franciscano... Francisco tem clareza sobre sua missão mais urgente, na condição de Sucessor de Pedro: confirmar os irmãos na fé, reanimá-los, dar-lhes novamente certeza e segurança interior, superar certo desalento e baixa auto-estima na Igreja, restituir ao povo católico a alegria do Evangelho, a identificação com a própria Igreja e o senso de pertença a ela.
Sabe que sua missão é resgatar a credibilidade da Igreja, ferida por muitos escândalos decorrentes de pecados e fraquezas daqueles que deveriam ser reconhecidos como testemunhas fidedignas do Evangelho da vida e da esperança diante do mundo... Francisco sabe que esta credibilidade só é recuperada com a retidão de intenções e atitudes, amor à verdade e sincera humildade. E ele convidou todos os membros da Igreja a fazerem isso, empreendendo um verdadeiro caminho de conversão a Cristo e seu Evangelho.
Muitos, talvez, esperavam imediatas e até espetaculares reformas na Cúria Romana e nos organismos de governo, que ajudam o Papa em sua missão universal. Francisco começou pedindo reformas nas atitudes e nas disposições de todos os filhos da Igreja; as reformas administrativas da Santa Sé chegam aos poucos e as da Cúria romana ainda devem chegar. Ninguém tenha a ilusão de que, na Igreja, tudo depende só da Cúria romana; Francisco tem falado mais vezes da necessária participação de todos e que cada membro da Igreja faça bem a sua parte, em vista da saúde do corpo inteiro.
Francisco quer uma Igreja que não seja auto-referencial, nem fechada sobre si mesma, mas discípula de Cristo e servidora do Evangelho para o mundo. Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (“A Alegria do Evangelho”), ele apresentou as prioridades da missão evangelizadora no mundo atual: católicos felizes e agradecidos pela fé, percebida como dom precioso a ser compartilhado generosamente; uma Igreja que se faz missionária e se coloca em estado permanente de missão; a conversão constante ao autêntico espírito do Evangelho e a superação do “espírito mundano”, constante tentação para os cristãos e a Igreja; a saída para as periferias humanas e sociais e a solidariedade concreta em relação aos pobres.
Há muito para se fazer! Coragem, Papa Francisco, coragem! Deus o ilumine e guarde! E nós, além da admiração pelo Papa vindo da América Latina, também o acompanhemos neste esforço. Coragem, povo de Deus, coragem!
Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo


Fonte: News.va

quinta-feira, 6 de março de 2014

"Fraternidade e Tráfico Humano". Mensagem do Papa para a Campanha da Fraternidade

No Brasil, com o início da Quaresma, a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, lança oficialmente a Campanha de Fraternidade 2014, desta vez centrada no tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e tendo como lema a expressão paulina “Foi para sermos livres que Cristo nos libertou”. A quinquagésima edição desta Campanha anual prevê uma série de iniciativas de sensibilização, formação e oração, visando ajudar a compreender melhor o fenómeno do tráfico humano, para preparar “agentes pastorais” que sejam “antenas” nas comunidades empenhadas nesta luta. Só no Brasil, calcula-se que haja pelo menos 200 mil pessoas reduzidas à escravidão.

Como é tradição, o Santo Padre enviou uma mensagem de encorajamento e apoio a esta Campanha da Fraternidade. Afirma nomeadamente o Papa Francisco: “Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! Impõe-se um profundo exame de consciência: quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? … Quem usa e explora mesmo indiretamente, uma pessoa humana, torna-se cúmplice desta prepotência” – adverte o Papa, evocando um seu discurso a um grupo de Embaixadores.

Papa Francisco lembrou também “a prepotência” que tantas vezes reina no interior das famílias: “Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos da sua chamada para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?” – interroga-se o Papa Francisco, que concluiu chamando a atenção para o facto de que, só ofenda a dignidade humana de alguém quem perdeu o sentido da sua própria dignidade de filho e filha de Deus. A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando a piso no outro, estou pisando a minha.

 "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou!" 

Fonte: News.va

Francisco: "Renunciar a si é caminho de vida contra o egoísmo"

 

Cidade do Vaticano (RV) - Humildade, doçura e generosidade: esse é o estilo cristão... um caminho que passa pela cruz e que leva à alegria, como o de Jesus. Este foi o teor da homilia proferida pelo Papa aos fiéis que na manhã desta quinta-feira, 06, participaram da missa na Casa Santa Marta.
Como sempre, Francisco começou citando a liturgia do dia. No Evangelho de Lucas, Jesus diz aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e me siga”. “É este – ressaltou Francisco – o ‘estilo cristão’, porque Jesus foi o primeiro a percorrer este caminho”.

Não podemos pensar numa vida cristã fora deste caminho: de humildade, de humilhação, de renúncia a si mesmo para depois se reerguer. Sem a cruz, o estilo cristão não é cristão e se a cruz não tiver Jesus, não é cristã. O estilo cristão toma a cruz com Jesus e vai avante”.

Jesus deu o exemplo – prosseguiu o Pontífice – e mesmo sendo igual a Deus, despojou-se de si mesmo e se fez servo para todos nós.

Este estilo nos salvará, nos dará alegria e nos fará fecundos, porque o caminho da renúncia de si é contrário ao caminho do egoísmo, do apego aos bens... Este caminho é aberto aos outros porque dá vida”.

Seguir Jesus é alegria desde que O sigamos com o seu estilo, e não com o estilo do mundo. Seguir o estilo cristão significa percorrer o caminho do Senhor, “cada um como pode, para dar vida a outros e não a si mesmos: é o espírito da generosidade”. O nosso egoísmo nos impele a querer aparecer importantes diante dos outros. “Pois bem, o livro da Imitação de Cristo” – observa o Papa - “nos dá um belo conselho: ‘Deseja ser desconhecido e tido por nada’. É a humildade cristã; foi o que Jesus fez, antes de todos”:

E esta é a nossa alegria e fecundidade: caminhar com Jesus. Outras alegrias não são fecundas; pensam exclusivamente – como diz o Senhor – em conquistar o mundo inteiro, mas no fim, perdem e arruínam a vida. Neste início de Quaresma, peçamos ao Senhor que nos ensine o estilo cristão que implica em serviço, despojamento de nós mesmos e fecundidade com Ele, como Ele a quer”.

O texto original, em italiano, está em: http://it.radiovaticana.va/news/2014/03/06/papa_francesco:_non_cè_stile_cristiano_senza_croce_e_senza_gesù/it1-779035 

 Fonte: News.va

quarta-feira, 5 de março de 2014

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2014

Papa Fransisco


Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza
(cf. 2 Cor 8, 9)

Queridos irmãos e irmãs!

Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?

A graça de Cristo

Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 22).

A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2).

Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf.Rm 8, 29).

Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.

O nosso testemunho

Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.

À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.

Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.

O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.

Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.

Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!